Hoje
refletiremos sobre o Evangelho de São Lucas (Lc 1,39-45), sobre a visita de
Maria à casa de Zacarias, sacerdote e
esposo de Isabel, prima de Maria.
Primeiramente, façamos uma pequena
retrospectiva dos acontecimentos. Zacarias e Isabel eram muito piedosos e
oravam para que Deus enviasse um rei ungido, um rei justo e bom, não um grande
guerreiro.
Zacarias e Isabel já estavam casados há algum
tempo e, como todo casal da época, logo que se casava o desejo maior era de ter
um filho. Porém, eram idosos e não tinham filhos. Então, quando Zacarias estava
no templo de Jerusalém, no altar ele orou para que Deus enviasse seu Rei
Prometido para salvar Israel. De repente, apareceu um anjo e ficou de pé ao seu
lado. Ora, Zacarias ficou apavorado.
O anjo era Gabriel, o mensageiro enviado por
Deus para preparar o caminho para a vinda do próprio Rei. Disse-lhe que Deus
ouvira as suas orações e que Isabel teria um filho, e este se chamaria João.
Zacarias ficou sem acreditar no que via e ouvia e chegou a duvidar: - Como posso ter certeza de que você está
dizendo a verdade? Foi aí que o anjo disse: - Eu sou Gabriel, Deus me mandou trazer essa boa notícia a você, mas
você ficará mudo até que seu filho nasça, porque você não acreditou. Depois
disso, Zacarias saiu do templo e, como estava mudo, só podia apontar para o
alto e depois tocar seus lábios silenciosos.
Enquanto isso...
Maria morava em Nazaré, uma cidade que ficava
nas montanhas, ao norte da Galileia. Ela também recebera a visita do anjo Gabriel,
o poderoso anjo de Deus, o portador da boa notícia. O anjo Gabriel apareceu
justamente a ela para anunciar-lhe que o poder de Deus a envolveria e o
Espírito Santo viria sobre ela; e que o seu filho seria o Filho do próprio
Deus. Maria seria a mãe de Jesus, o Salvador, por quem todos esperavam
ansiosamente porque iria trazer paz, felicidade e tantas outras coisas boas.
Naturalmente, Maria ficou muito surpresa e
assustada por ter sido escolhida por Deus, entre tantas outras jovens. Além
disso, ainda não estava casada com José, seu noivo, a quem estava prometida.
Embora ela não conseguisse entender muito bem, pois era muito humilde, mas
muito crente no poder de Deus, e desejava agradá-Lo de todo o coração e fazer a
sua vontade. Respondeu ao anjo que estava pronta para fazer qualquer coisa que
Deus a pedisse: - Eis a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra. Deu o seu “sim”, cheio de coragem e
de confiança em Deus. Foi ai que Maria resolveu visitar Isabel, ela acreditava
que a prima era a única pessoa com quem pudesse dividir aquela situação.
Assim, saiu às pressas, entrou na casa de
Zacarias e saudou Isabel. Isabel a viu chegar e saiu correndo para encontrá-la.
Imaginem a alegria daquele encontro... Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de
Maria, a criança estremeceu no seu seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
E exclamou em alta voz: - Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de
vir a mim a mãe do meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos
meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu
que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram
ditas!
Maria não sabia se ria ou se chorava. Estava
tão agradecida, tão plena de paz, de alegria, tão cheia do Espírito Santo, tão
agradecida a Deus que desatou a cantar, exaltando a bondade Dele. Quantas
coisas grandiosas Ele havia feito! Maria ficou com Isabel uns três meses e daí
voltou para Nazaré.
Como vemos, nesse Evangelho temos dois
extremos: a humildade de uma serva, Maria, que vai ajudar a prima Isabel, com
toda a disponibilidade, no fim da gravidez, enquanto ela mesma estava grávida;
e a grandeza de Deus, no seu Filho Jesus, que Maria exalta no júbilo do
Magnificat. Ou seja: SERVIÇO e GRANDEZA – duas faces inseparáveis do Ministério
de Deus. Então, não basta estarmos na Igreja, só para cumprir os preceitos,
temos, sim, que entrar para rezar e sair para servir.
Brasília, 21 de dezembro de
2012.
Maria Auxiliadôra
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