quinta-feira, 3 de maio de 2012

SER MÃE

 


Analisando o que é “ser mãe” tentei encontrar a resposta, não uma resposta qualquer, mas a que expressasse com fidelidade o real significado. Difícil, muito difícil...

 

Fiquei fazendo uma “sessão nostalgia”, rememorando fatos, sentimentos, acontecimentos na minha e na vida de pessoas próximas. Lembrei do quão uma gravidez pode transformar a mulher, seu corpo, sua cabeça, seu coração, seu dia a dia, suas expectativas, seu humor, suas alegrias e até, porque não dizer, suas tristezas.

 

A primeira gestação é primeira em tudo, tanto para a mulher quanto para o homem. Porém, na mulher acontece diferente, já que ela está 24 horas do seu dia ligadinha àquela criaturinha em seu ventre. Parece que o homem só se sente “grávido” quando enxerga um volume “meio esquisito” na barriga da mulher, aí, sim, ele começa a desconfiar que esteja acontecendo algo, e isso já é lá pelo terceiro ou quarto mês de gestação, mesmo que ele já tenha assistido todas as ecografias.

 

 

Quando um bebê nasce é uma festa! Todo o planeta fica feliz, a cidade é linda, a natureza é eterna primavera, o mundo está centrado no fofinho. Os pais não pensam noutra coisa a não ser proporcionar o melhor para seu filhinho, com toda razão.

 

 

O tempo passa, a criança cresce, aparece e ama os pais de paixão. A coisa mais gostosa para uma mãe é ouvir a palavra “mamãe”.

 

 

Quer saber um fato interessante? Assista a uma festinha do Dia das Mães num colégio de ensino infantil. Basta olhar para a arquibancada e conferir um rio de lágrimas das mães e avós se desmanchando por causa dos pimpolhos que cantam, rebolam, gesticulam, dão tchauzinho, sorriem para suas fãs número 1, ao som de uma música super-brega. É assim mesmo, o amor é brega e não existe mulher poderosa que não chora, não se desmancha. Pode ser até de vergonha da música sertaneja dessas bem apaixonadas, com o devido respeito às pessoas que gostam desse gênero musical. Duvido muito que seja por esse motivo. A bem da verdade, toda mãe nem liga para a música que é cuidadosamente ensaiada, seja qual for o gênero. Importa quem está executando. E para quem? Para ela, a mamãezinha do coração...

 

 

Depois a criança cresce mais um pouquinho, vira adolescente (quase adulto) e desaparece. Meu Deus, que preocupação! Ele, o jovem, nem sabe que o mundo é cheio de perigos e que deveria “permanecer” aos cuidados da mãe tal qual o pintinho embaixo da asa da galinha. Ela, por sua vez, passa noites em claro enquanto ele não chega. Uma, duas, dez, muitas e muitas, ela não se cansa. Até o dia em que ela percebe que o filho ou a filha já tem um “outro amor” e está casado ou casada. Bem, aí é outra história...

 

 

Como muito bem explica o Papa João Paulo II, agora Beato, na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, sobre a dignidade e a vocação da mulher por ocasião do Ano Mariano:

 

A maternidade implica desde o início uma abertura especial para a nova pessoa: e precisamente esta é a ‘parte’ da mulher. Nessa abertura, ao conceber e dar à luz o filho, a mulher ‘se encontra por um dom sincero de si mesma’.

 

Sendo assim, indago: toda mulher precisa ser mãe? Não, ser mãe não é uma necessidade. Ser mãe é uma dádiva, é uma declaração de amor incondicional, é uma ligação tão profunda e poderosa que sobrevive para sempre, é uma missão para a vida, é abertura especial para a nova pessoa, é perpetuação da espécie, é transformação da personalidade, é renascimento, é amadurecimento, é responsabilidade para vida toda.

 

 

Enfim, é muito bom ser mãe, contudo digo com toda a certeza, melhor ainda é ter mãe só para ter um colinho onde se aconchegar. Eu tenho duas: uma aqui na terra e outra no céu!

 

Brasília/DF 03.05.2012

Maria Auxiliadôra