segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PARÁBOLAS DA MISERICÓRDIA

  
O Evangelho segundo Lucas (Lc 15,1-32) apresenta-nos o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, preocupa-se com os pecadores, com os excluídos, com os marginalizados.

Traz três parábolas, chamadas de Parábolas da Misericórdia, as quais expressam, de forma privilegiada, o amor de Deus que se derrama sobre os pecadores.

A primeira parábola é a da ovelha perdida. Parece ilógico abandonar noventa e nove ovelhas por causa de uma que se extraviou, porém ir ao encontro da que estava perdida mostra a preocupação de Deus com cada homem, que se afasta da comunidade da salvação; significa o cuidado e a solicitude de Deus, que trata com cuidado e com amor os filhos que se afastaram e que necessitam de cuidados especiais.

A segunda parábola é a da dracma perdida. Esta reafirma o ensinamento da parábola anterior, ou seja, o amor misericordioso e constante de Deus, que busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. A imagem da mulher preocupada, que varre a casa de cima a baixo, ilustra a preocupação de Deus em reencontrar aqueles que se afastaram da comunhão com Ele. Há a alegria do reencontro, a qual manifesta a felicidade de Deus diante do pecador que volta.

A terceira parábola é a do filho pródigo. Esta apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua auto-suficiência; e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. O pai (Deus) respeita a liberdade de escolha e as decisões do filho, mesmo que ele use essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados. Aconteça o que acontecer, o pai continua a amar, a esperar ansiosamente o regresso do filho, preparado para o acolher com alegria e amor.

Como podemos observar, nessas três Parábolas da Misericórdia temos a justificação da atitude de Jesus para com os pecadores. Ele jamais rejeita-os, não os marginaliza, mas ama-os com amor de Pai. Preocupa-se com eles, vai ao seu encontro, solidariza-se com eles, estabelece com eles laços de familiaridade, abraça-os com emoção, cuida deles com solicitude, alegra-se e faz festa quando eles voltam à casa do Pai, pois é um Deus que ama a todos os seus filhos, sem exceção, é amor incondicional apesar do pecado e do afastamento do filho.

Deus abomina o pecado, contudo não deixa de amar o pecador. E é essa lógica que deve marcar a nossa atitude face àqueles que nos ofendem e, mesmo, face àqueles que têm vidas duvidosas ou moralmente reprováveis. Com o perdão reconciliamo-nos com eles e nos aproximamos, principalmente, de Deus. Quem é perdoado, sempre que se converte e volta arrependido, naturalmente encontrará um Pai bondoso e misericordioso para acolhê-lo.


Brasília 06/09/2013
Maria Auxiliadôra