terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ADVENTO: 1º Domingo



Hoje farei uma breve reflexão dobre o 1º Domingo do Advento que a liturgia nos remete ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 13,33-37).

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!"

O Evangelho começa com uma parábola – a parábola do homem que partiu em viagem, distribuiu tarefas aos seus servos e mandou ao porteiro que vigiasse e termina com uma admoestação aos discípulos acerca da atitude correta para esperar o Senhor.

O “dono da casa” da parábola é Jesus. Ao deixar este mundo para voltar para junto do Pai, Ele confiou aos discípulos a tarefa de construir o “Reino” e de tornar realidade um mundo construído de acordo com os valores do Reino.

O “porteiro” parece ser todo aquele que tem uma responsabilidade especial na comunidade cristã… A sua missão é impedir que a comunidade seja invadida por valores estranhos ao Evangelho e à dinâmica do Reino. São especialmente os responsáveis da comunidade cristã, a quem foi confiada a missão da vigilância e da animação da comunidade. Eles devem ajudar a comunidade a discernir permanentemente, diante dos valores do mundo, aquilo que a comunidade pode ou não aceitar para viver na fidelidade ativa a Jesus e às suas propostas.

E os discípulos de Jesus não podem cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles têm uma missão – uma missão que lhes foi confiada pelo próprio Jesus e que eles devem concretizar, mesmo em condições adversas. Eles devem, com coragem e perseverança, dar o seu contributo para a edificação do “Reino”, sendo testemunhas e arautos da paz, da justiça, do amor, do perdão, da fraternidade, cumprindo dessa forma a missão que Jesus lhes confiou.

É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é uma espera passiva, de quem se limita a deixar passar o tempo até que chegue um final anunciado; mas é uma espera ativa, que implica um compromisso efetivo com a construção de um mundo mais humano, mais fraterno, mais justo, mais evangélico. Todos – “porteiro” e demais servos do Senhor – devem estar ativos e vigilantes.

Portanto, o Evangelho convida os discípulos a enfrentar a história com coragem, determinação e esperança, animados pela certeza de que “o Senhor vem”. Ensina, ainda, que esse tempo de espera deve ser um tempo de “vigilância” – isto é, um tempo de compromisso ativo e efetivo com a construção do Reino. A palavra-chave do Evangelho deste dia é esta: “vigilância”.

É uma mensagem destinada a toda a comunidade cristã, chamada a caminhar na história com os olhos postos no encontro final com Jesus e com o Pai. A missão que Jesus confia à sua comunidade não é uma missão fácil… Jesus está consciente de que os seus discípulos terão que enfrentar as dificuldades, as perseguições, as tentações que “o mundo” vai colocar no seu caminho. Essa comunidade em marcha pela história necessitará, portanto, de estímulo e alento. É por isso que surge este apelo à fidelidade, à coragem, à vigilância…

Meus amigos, o tempo de Advento recorda-nos a realidade do Senhor que vem ao encontro dos homens e que, no final da nossa caminhada por esta terra, nos oferecerá a vida definitiva, a felicidade sem fim. É o tempo da espera do Senhor e o verdadeiro discípulo deve estar sempre “vigilante”, cumprindo com coragem e determinação a missão que Deus lhe confiou.

Brasília 30 de novembro de 2014
Maria Auxiliadôra