Meus amigos, hoje, 29 de junho, a liturgia de
nossa Igreja homenageia os Apóstolos Pedro e Paulo. É uma Solenidade que, desde
o Século III, a Liturgia une na mesma celebração as duas colunas da Igreja: Pedro e Paulo, Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã, que simbolizam todo
o Colégio Apostólico.
Cabe aqui um breve comentário sobre as características
da nossa Igreja.
A palavra “Igreja” significa “convocação”. Ela foi
instituída pelo próprio Jesus Cristo e foi manifestada pela efusão do Espírito
Santo. São 4 as suas características: Uma, Santa, Católica e Apostólica.
Una
por sua fonte, por seu Fundador, por sua alma;
Santa,
pois é santificada por Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo
é proclamado o ‘único Santo’;
Católica,
ou seja, universal, no sentido de ‘segundo a totalidade’ ou ‘segundo a
integralidade’, portanto, é católica em duplo sentido;
Apostólica
por ser fundada sobre os apóstolos, neste caso em tríplice sentido:
1º - ela foi e continua sendo construída sobre o
fundamento dos apóstolos, que são testemunhas escolhidas e enviadas em missão
pelo próprio Cristo;
2º - ela conserva e transmite, com a ajuda do
Espírito Santo que nela habita, o ensinamento, as palavras ouvidas da boca dos
apóstolos;
3º - ela continua a ser ensinada, santificada e
dirigida pelos apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que eles sucedem na
missão pastoral.
A Solenidade de São Pedro e São
Paulo é celebrada desde tempos remotíssimos. A Igreja, na qual cremos, está
alicerçada sobre o fundamento dos apóstolos, consoante as palavras do próprio
Cristo: “Quem vos ouve, a mim ouve”.
Portanto, a fé que professamos é a
mesma professada pelos apóstolos escolhidos e enviados por Cristo. O Espírito
Santo atua na Igreja de modo a torná-la, sob a proteção dos mesmos apóstolos
colocados à sua frente e conduzida pelos seus legítimos sucessores, depositária
e fiel mensageira do Evangelho da Vida. Ou seja, ao celebrarmos os Apóstolos
Pedro e Paulo damos testemunho de fé na Igreja com aquelas características já
citadas: “una, santa,
católica, apostólica”.
Pedro, que era natural de Betsaida, onde com seu irmão
André e seus amigos Tiago e João, praticava a pesca no lago, foi escolhido por
Jesus para ser o chefe dos apóstolos e de toda a Igreja. Foi ele que respondeu,
ao ser questionado pelo próprio Jesus sobre quem era o Filho do Homem: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”,
como próprio Evangelho Segundo Mateus relata (Mt 16, 16).
Paulo era natural de Tarso da Cilícia, e nos primeiros
anos de sua atividade pública foi perseguidor dos seguidores de Jesus, até que
Cristo, que o tinha escolhido, saiu-lhe ao encontro no caminho de Damasco. Foi
naquele momento que Paulo converteu-se. Embora não tenha conhecido Jesus
pessoalmente, sua atividade apostólica foi intensa, até ao ponto de se lhe
chamar “o apóstolo” por antonomásia.
Ambos foram martirizados em Roma, na perseguição de
Nero, por volta do ano 64 d. C.
Ao celebrarmos os dois apóstolos,
lembramo-nos naturalmente do Papa, a quem cabe, em primeiro lugar, guardar,
defender, anunciar e testemunhar a fé que herdamos de Pedro e Paulo.
O Papa é o
grande apóstolo do Evangelho que nos dá a Vida verdadeira. Como sucessor de
Pedro e herdeiro de seu carisma-ministério, preside hoje à caridade,
apascentando com zelo os fiéis que lhe são confiados. Mas é, também, chamado, a
exemplo de Paulo, a desgastar-se de todos os modos, a fim de que a Palavra de
Deus atinja os corações e, assim, o mundo se renove na esperança que vem da
firmeza de Deus. Os ensinamentos do Papa são capazes de interpelar as
consciências e fazê-las pensar, e a Igreja, sem dúvida, tem sido levada, a
aprofundar-se no conhecimento de suas raízes.
Que São Pedro e São Paulo
intercedam sempre pela Igreja que lhes custou o sangue, proteja o Santo Padre
Francisco e alcancem para todos nós a graça de sermos discípulos missionários
de Jesus Cristo na aurora do século XXI!
Rezemos: “Ó Deus, que nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo,
concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que
bosa deram as primícias da fé”. Amém
Brasíli, 29 de junho de 2013.
Maria Auixiliadôra