O
SANTO POBRE QUE ENRIQUECEU A HUMANIDADE
Hoje, 4 de outubro,
comemora-se o dia de São Francisco
de Assis. Conhecido como o protetor dos pobres e doentes e chamado de
“patrono dos animais e do meio ambiente”, São Francisco de Assis foi um famoso
frade e santo católico que nasceu em 05/07/1181, em Assis; na Itália, e morreu
em 04/10/1226, também em Assis.
Provavelmente ele seja o santo mais popular e o
mais presente na memória do povo. Mas, qual é o segredo de São Francisco? Que
mistério o torna um santo sempre querido, invocado, apresentado como exemplo
para todos os tempos da Igreja? Vejamos um pouquinho de sua história.
Batizado com o nome de
Giovanni di Pietro di Bernardone, trocaram-lhe seu nome para Francesco, ou
seja, “francês”, pois seu pai era comerciante de tecidos preciosos comprados na
França. De família que fazia parte da rica burguesia de Assis, seu pai tinha
prestígio no nome e nas posses financeiras e queria que o filho fosse
comerciante, mas a mãe queria-o um santo.
Porém, Francisco tinha a fama
de ser um jovem rebelde, extravagante, dado às bebedeiras, esbanjador,
aventureiro... Tinha o desejo de ser “herói” e, por isto,
alistou-se, em 1202, como soldado, na guerra de Assis contra a Perúggia. Foi
capturado e passou cerca de um ano preso, à espera de ser resgatado e foi
libertado pelo pai, por motivo de doença, quando passa mais de um ano com longa
enfermidade.
Recebeu seu chamado em Assis, durante uma farra com
os amigos, onde foi tocado por Deus e, desde então, começou a perder o
interesse pelas farras, dinheiro, riquezas, posses. Passou, então, por uma
radical conversão e entregou-se totalmente a um estilo de vida fundado na
pobreza, na simplicidade de vida, no amor total a todas às criaturas, passando
a se preocupar com os mais necessitados e em fazer a vontade de Deus,
servindo-O através da doação total e incondicional da sua vida.
Conta-se que indo, um dia a Roma, Francisco
encontrou-se com um pobre e trocou com ele as suas ricas vestes e experimentou
o que é a vida de pobre. Desde então, começou a dizer a seus pais e amigos: “Estou começando a enxergar uma luz no fundo
do túnel”.
Em outro episódio, Francisco aproveitando a
ausência do pai, em viagem, fez um grande volume dos melhores tecidos da loja
de seu pai e vendeu para angariar dinheiro para a reforma da capelinha. Vendeu
tudo, até o cavalo! O pai ficou furioso ao retornar e Francisco ficou escondido
por um mês, com medo das represálias. Quando voltou para casa, a reação do pai
foi violenta, pois achava que o filho estava exagerando. Foi quando Francisco,
diante do bispo, do pai e de todo o povo curioso com o desfecho do episódio, se
despe totalmente, coloca aos pés do pai suas roupas, suas moedas, tudo...
inteiramente nú, explica que dali em diante seu único pai é o Pai Nosso que
está nos Céus!
Assim, voltando-se para uma vida religiosa de
completa pobreza, fundou a Ordem Mendicante dos Frades Menores, mais conhecida
como ‘franciscanos’. Com Clara de Assis, sua dileta amiga, fundou a Ordem das
Damas Pobres ou Clarissas. Nos correr dos séculos muitas outras congregações
adotaram o espírito franciscano.
Como se vê, São Francisco teve uma radical
conversão, seus gestos, atitudes autênticas, transparência de sua vida,
presença no meio do povo, simplicidade de suas expressões, fervor e amor a
Deus, aos homens e à natureza, confirmam o porquê ele é o mais popular e o mais
presente na memória do povo.
São Francisco identificava-se
tanto com Jesus Cristo que trazia em seus pés, mãos e peito os estigmas de Jesus.
Portanto, foi o primeiro Santo estigmatizado na história da Igreja.
A fama de santidade que
granjeou em vida, e que perdura até os dias de hoje, não decorreu de grandes
manifestações de erudição religiosa, que jamais fez questão de possuir e, tampouco
de seus milagres, que não obstante, foram muitos e impressionantes, mas do seu
exemplo de uma vida de completa dedicação ao próximo, dedicação que era animada
por uma comprensão profunda, uma sinceridade espontânea, uma simplicidade
autêntica em todas as coisas, qualidades banhadas de uma calorosa fraternidade,
simpatia e caridade.
Foi canonizado menos de dois anos após sua morte,
em 06/07/1228, pelo Papa Gregório IX, e suas relíquias foram transladadas para
a nova Basílica construída naquele ano.
Então, meus amigos, não estamos na Idade Média, mas
a distância cronológica com os tempos atuais tem algo em comum: grandes mudanças. E grandes mudanças
que exigem radicalidade, daí a atualidade da mensagem de São Francisco de
Assis. Ele, burguês rico e individualista, rompe com todas aquelas estruturas
econômicas e sociais, despe-se não só de sua roupa, mas de tudo que consistia o
tipo de vida e vai viver uma pobreza absoluta e, embora tivesse preferência
pelos mais pobres, como sempre foi em nossa Igreja, ele dialogava com os ricos
e os levava a se dedicarem aos necessitados. Foi sempre este o testemunho de
Francisco: o amor.
Como o mundo está precisando de amor, de caridade,
de fraternidade, de solidariedade, especialmente com os mais necessitados... A
exemplo de São Francisco de Assis, procuremos adotar as mesmas atitudes com
relação aos pobres e animais, aos doentes, aos idosos, levando uma vida com
mais simplicidade, caridade, dedicação e fé, para pregarmos o Evangelho na
mesma proporção com que esse Santo pregou e viveu.
São Francisco de Assis, intercedei por nós junto ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
Brasília, 04 de
outubro de 2013.
Maria Auxiliadôra
Nenhum comentário:
Postar um comentário